sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Quem inventou a histórias em quadrinhos?

A primeira história em quadrinhos (HQ) moderna foi criada pelo artista americano Richard Outcault em 1895. "A linguagem das HQs, com a adoção de um personagem fixo, ação fragmentada em quadros e balõezinhos de texto, surgiu nos jornais sensacionalistas de Nova York com o Yellow Kid (‘Menino Amarelo’)", diz o historiador e jornalista Álvaro de Moya, autor do livro História da História em Quadrinhos. A tirinha de Outcault fez tanto sucesso que os grandes jornais nova-iorquinos entraram em pé de guerra para ter o Yellow Kid em suas páginas. Mas é claro que esse formato original para contar uma história não surgiu na cabeça de Outcault de uma hora para outra. Se a gente for buscar as primeiras raízes das HQs, podemos chegar às pinturas rupestres feitas pelos homens pré-históricos, que serviam para contar, por exemplo, como eram suas aventuras nas caçadas.
Os quadros das igrejas medievais que retratavam a via sacra - os últimos momentos da vida de Jesus na Terra - também podem ser considerados antepassados das tirinhas. A grande diferença é que esses ancestrais das HQs não tinham texto, os enredos eram desenvolvidos apenas com uma seqüência de desenhos. "As histórias em quadrinhos constituem um meio de comunicação de massa que agrega dois códigos distintos para transmitir uma mensagem: o lingüístico (texto) e o pictórico (imagem)", diz o pesquisador Waldomiro Vergueiro, coordenador do Núcleo de Pesquisa de História em Quadrinhos, da Universidade de São Paulo (USP). Foi só no século 19 que a coisa começou a mudar, com pioneiros como o suíço Rudolph Töpffer, o francês Georges Colomb e até o italiano Angelo Agostina, radicado no Brasil desde os 16 anos de idade.
Apesar de esses artistas terem criado trabalhos unindo texto e imagem anos antes de Yellow Kid, características importantes das HQs modernas, como o uso dos balõezinhos com as "falas", por exemplo, só surgiriam realmente nas tirinhas do personagem americano.                                

as historias em quadrinhos mais conhecidas do mundo

Aturam da mônica,tintim,supermen,spider-Man,Mafalda,Batman,Garfield,deu a louca nos Heros,simpisons,captam Almerica,marvel,motoqueiro fantasma,hulk e etc.

































Histórias em quadrinhos e os Parâmetros Curriculares Nacionais

A imagem gráfica utilizada nas histórias em quadrinhos , sempre esteve presente em nossa historicidade e apresenta interesse ao ser humano nas várias etapas de sua vida. As histórias em quadrinhos ao integrarem figuras e textos, auxiliam as crianças a aprender a ler e a progredir ligeiramente na leitura. Inegavelmente, aparecem como um meio de comunicação de massa de vasto consumo popular. Em 1897, Rudolph Dirks, jovem desenhista americano do “Morning Journal”, ofereceu um processo cômico-gráfico que ficaria decididamente conhecido como história em quadrinhos.

Já, no Brasil, supõe-se que a revista “O Tico-Tico” ( que tinha uma proposta educativa e moralizadora muito forte), tenha sido a primeira do mundo a apresentar histórias em quadrinhos completas. Ao ser criada e publicada em 1905, ela trazia: contos, textos informativos e curiosidades sobre matérias para crianças. Foi publicada e divulgada durante décadas e durou até 1956.

As crianças começam muito cedo a comunicar seu fascínio pelo mundo por meio de desenhos, ilustrando seus pais, seus irmãos e seus amigos com rabiscos que nem sempre caraterizam bem as pessoas ou objetos retratados, mas mesmo assim, tentam através de garatujas comunicar a idéia do mundo onde vivem. Devemos lembrar que uma imagem fala mais do que mil palavras.

No entanto, na década de 60, as histórias em quadrinhos foram muito criticadas por professores e pro fissionais da educação quanto às dificuldades que este tipo de leitura poderia trazer a um leitor em formação. O argumento que usavam era que tudo era especificado pela imagem, prejudicando o esforço do ler, pensar e julgar, tornando a literatura puramente visual, levando os alunos habituarem-se a priorizar o ver em detrimento do ler e estudar. Discutia-se também a função da imagem e os problemas advindos do conteúdo das histórias, pois a opinião era em relação principalmente da proliferarão de revistas em quadrinhos estrangeiras, que se alastravam no Brasil, e eram consideradas como incentivadoras de violência. Os argumentos também eram alicerçados no motivo puramente comercial das revistas em quadrinhos , e por causa disso, não acreditavam que as historias em quadrinhos pudessem também colaborar para o aperfeiçoamento cultural e moral do leitor em desenvolvimento.

Apesar das histórias em quadrinhos terem sofrido acirradas criticas, acabou suplantando a visão de alguns educadores e provando (sendo bem escolhida) que tem grande importância e eficácia nos trabalhos escolares. As crianças aprendem a gostar de ler, se divertindo com os diversos personagens, com as imagens e os diferentes conteúdos das histórias. As histórias em quadrinhos possuem potencialidade pedagógica especial e podem dar suporte a novas modalidades educativas, podendo ser aproveitadas nas aulas de Língua Portuguesa, História, Geografia, matemática, Ciências, Arte, de maneira inter disciplinar, fazendo com que o aprendizado se torne, ao mesmo tempo, mais reflexivo e prazeroso em nossas salas de aula.

A recomendação de usar histórias em quadrinhos nas escolas consta do volume dos PSN dedicado ao ensino da Língua Portuguesa. Nos gibis, as crianças conseguem deduzir o significado da história, que não são capazes ainda de ler diretamente, observando a imagem. "Isso dá a elas a sensação de serem leitoras, o que é importante no processo de alfabetização". Para crianças que nunca tiveram contato com a leitura, o professor deve, antes de tudo, ensiná-las como se lê o gibi ­ da esquerda para a direita e de cima para baixo. "Parece uma seqüência óbvia, mas não é", afirma Maria Cristina Ribeiro Pereira, coordenadora geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
Ref: MOYA, Álvaro de- História da história em quadrinhos no Brasil